A biópsia hepática constitui ferramenta diagnóstica de doenças hepáticas e permite a avaliação dos níveis de fibrose do fígado. Mesmo com uma taxa de mortalidade abaixo de 0,4%, o procedimento pode vir a gerar complicações, como dor, sangramento e até choque.

A edição de janeiro desse ano do Clinical Gastroenterology and Hepatology trouxe um relato de caso sobre uma das possíveis complicações do procedimento: trombose de veia porta.

A paciente de 64 iniciou quadro de dor em topografia hepática 1 dia após a realização do procedimento. Ela possuía um histórico de cirurgia para retirada da vesícula e do esfíncter de Oddi. O exame foi indicado devido a uma alteração crônica nos seus exames hepáticos com impossibilidade de resolução diagnóstica de forma menos invasiva, e o seu resultado mostrou estágio 1 de fibrose hepática.

Após a realização do procedimento, o exame físico não demonstrou sinais de gravidade, tendo como único achado a dor abdominal em quadrante superior direito. Os exames laboratoriais demonstravam piora da função hepática, quando foi indicada uma tomografia computadorizada de abdome. Ao exame, foi possível identificar a causa da dor: um trombo no ramo posterior da veia porta direita com repercussões hepáticas.

A paciente foi conduzida de forma conservadora, sem a indicação de outros procedimentos invasivos, possibilitando o retorno da função hepática normal em algum tempo.

O autor explica que a maioria das complicações do procedimento podem ser notadas dentro de 24h e que algumas podem levar a procedimentos adicionais e até a hospitalização do paciente. Por ser um exame realizado com frequência, deve-se ficar atento às suas possíveis complicações.